domingo, 20 de janeiro de 2013

A princesa e os sapatos

Certo dia uma princesa, em plenos arrumos palaciaís, encontrou um par de sapatos que há muito não calçava. Havia-os guardado pois já não os usava, mas como estavam em bom estado e até gostava deles não os deu para a cruz vermelha.


Passados tantos anos, e como esta coisa das modas é cíclica desde sempre, calçou os sapatos novamente e por estranho que pareça até lhe agradou vê-los nos seus pés…
Como a maioria das princesas também tenho um baú onde grado meia centena de sapatos, alguns só pisam o solo em dias de festa, outros carregam tantas recordações que não me atrevo a tirá-los do baú (sob pena de passar a tarde a suspirar) outros simplesmente estão lá a aguarda que as modas virem e se voltem a usar, alguns estão-me apertados, outros alargaram de mais, em alguns não me consigo equilibrar, outros precisam de sapateiro.  Até à data nunca voltei a calçar sapatos que outrora usei pelo menos para pisar o chão, alguns já foram usados para pisar algodão em sonhos passageiros!

Nas relações como nos sapatos:
 - Será possível que anos mais tarde gostemos de nos ver com uns sapatos que havíamos deixado de usar?

Quando os “sapatos” que queremos (como o melão quer presunto) não estão disponíveis no nosso nº:
- Será muito arriscado comprar uns sapatos apertados, ou com o tempo a pele dá?
-E se forem largos, a coisa resolve-se com um par de palmilhas?
-É o sapato que se faz ao pé, ou o pé ao sapato?

E quanto aquele “par de sapatos” maravilhoso que se desgastou com tempo e que já não são possíveis de usar, o que lhe fazemos?

E mais vale um par de “sapatos” que nos faça sentir bonitas ou confortáveis?

Será que há mesmo um “sapato” para todos os pés?

PS- Nem imaginam a pena que tenho de não ter telefone fixo em casa, apenas para poder deixar (ao bom estilo Carrie Bradshaw) no atendedor a seguinte mensagem: “I'm not home, but my shoes are. Leave them a message.” PIP

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